quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Valsando no ar

(Agyness Deyn. Crédito: Style.com)

Continuando o tema do andar das modelos, hoje vou escrever sobre os diferentes estilos com que modelos caminham sobre as passarelas. É fato que a nova leva de tops não tem a mesma graça que as supermodelos de outras eras tinham ao desfilar. A maioria das meninas de hoje tem um andar desleixado, desengonçado, caricato ou exagerado. Algumas parecem não ter aprendido a desfilar, outras dão a impressão de que estão tentando demais, fazendo pose demais. Mas vamos às categorias:

As tristinhas:

São aquelas que andam com a cabeça baixa, como se tivessem levado uma bronca segundos antes de entrar na passarela. Exemplos:

Alyona Osmanova
Marina Peres
Elsa Sylvan


As cabeças de pêndulo:

Elas sacodem a cabeça de um lado para ou outro, como se estivessem marcando as horas em um daqueles relógios antigos de pêndulo. Exemplos:

Behati Prinsloo
Romina Lanaro
Agyness Deyn
Andi Muise


As pernas de tesoura:

Elas cruzam perigosamente as pernas uma à frente da outra, quase tropeçando. Exemplos:

Jessica Stam
Vlada Roslyakova
Natasha Poly
Irina Kulikova
Inguna Butane
Irina Lazareanu


As sonâmbulas:

Elas andam com a cabeça baixa e sacudindo para os lados ao mesmo tempo. O epítome deste andar no estilo zumbi é Karlie Kloss. Outros exemplos:

Georgina Stojilkovic
Coco Rocha
Egle Tvirbutaite
Timoxa Timoschenko


As algemadas:

São como as pernas de tesoura, só que com os braços. Jogam os ombros exageradamente para trás e andam cruzando os braços atrás das costas. Exemplos:

Alana Zimmer
Daiane Conterato
Carolina Pantoliano
Anabela Belikova
Alana Kuznetsova


As equilibristas:

Andam com dificuldade na passarela, como se o salto fosse muito alto e estivessem sobre uma corda bamba. Exemplos:

Freja Beha Erichsen
Suvi Koponen
Lara Stone


As britadeiras:

Andam meio saltitantes. Parecem a Chapéuzinho Vermelho andando pelo bosque. Exemplos:

Anja Rubik
Olga Scherer


As deslocadas:

Parecem não saber muito bem o que estão fazendo na passarela. Andam de forma estranha, às vezes muito rápido, mexem os braços de forma irregular e algumas delas olham para as câmeras dos fotógrafos de forma um pouco vexada. São irmãs das equilibristas. Exemplos:

Caroline Trentini
Siri Tollerød


Em resumo, o problema que acomete essa nova geração é a adição de cacoetes desnecessários à maneira como elas caminham. São formas, acredito eu, que elas encontraram para deixar sua marca pessoal, já levando em conta que hoje a concorrência é maior e a duração da carreira, cada vez mais curta. Os andares estranhos seriam uma forma de se diferenciar das tantas outras com quem dividem as passarelas. Muitas destas meninas serão esquecidas em uma ou duas temporadas, algumas talvez durem um pouco mais do que isso. Outras já são modelos estabelecidas e muitas, apesar dos exageros nas passarelas, são perfeitas em editoriais e campanhas. A maneira como elas andam não adiciona mais alguns anos às suas carreiras. O que realmente mantém uma modelo em cima da passarela é a capacidade de atender às mudanças sazonais que a moda cria e ao mesmo tempo exige. Um sacolejar exótico de braços não fará diferença.

E para não dizer que sou uma saudosista (pois não sou mesmo), os melhores andares da nova geração:

Bruna Tenório
Tanya Dziahileva
Catherine McNeill
Flavia de Oliveira
Shannan Click
Chanel Iman
Milagros Schmoll
Solange Wilvert
Kasia Struss
Sasha Pivovarova

2 comentários:

Fê Resende disse...

adoreeeeeei esse post! que quando uma menina anda de jeito maluco mega tira a atenção da roupa, né? =)

Ana Helena Miranda disse...

Tb adorei o post!!! E acho muito esquisiti mesmo como elas andam. Não é nada "vida real", como diria a Fê!